Wednesday, January 16, 2019

Ruas de Portugal numa Noite de Inverno

São belas as noites de Portugal.
Poderia passar um Ramalhete a descrever
O tom dourado do breu
Com que a luz enche as ruas de Portugal
À noite, no Inverno

Parece que entramos nela, e ela em nós,
Com o silêncio dos nossos passos no asfalto
A marcar o ritmo da eternidade

Há uma fonte de
Ténue e contínuo gorgolejar que
Na orla da cidade
Ameaça parar no momento a seguir...
A seguir, a seguir, a seguir,
Mas que teima cantar o passar do tempo gota
A gota.

A luz incide na minha mão e não me deixa ver
O que escrevo.
Faz sentido - não é para agora.
É para alguma rua fria de Portugal
Sem o orvalho à luz da noite alta,
Para que nos sirva de ténue lembrança
Baça, mas que perdura,
Ao som dos nossos passos lentos
Contra o teimoso correr do tempo.

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